Um tornado, provocado por ventos acima de 100 km/h passou por campinas na madrugada deste sábado, causando um cenário de grande destruição em alguns locais. Não há notícias de mortos ou feridos, mas os bairros Taquaral, São Quirino e o distrito de Sousas foram os que registraram mais estragos. Segundo a Defesa ivil da cidade, o tornado atingiu o Taquaral e seguiu em direção ao distrito de Sousas, passando pelo Galleria Shopping, que sofreu muitos estragos e permaneceu fechado no doimingo. A mostra Campinas Decor, no Lago do Café, também foi interditada no domingo e as escolas no entorno do Taquaral ficarão sem aulas nessa segunda.
O vento deixou um rastro de destruição no bairro Taquaral, com casas destelhadas, árvores e fiação elétrica no chão, principalmente na avenida Almeida Garret (que vai da Lagoa do Taquaral até a Caixa d’Agua no bairro Alto Taquaral), avançando nas ruas perpendiculares. Os moradores ficaram sem água e sem luz desde a madrugada e durante todo o dia. No Taquaral as ruas mais danificadas foram Percílio Neto, Fernão Lopes, Fernão de Magalhães, Rua Padre Domingos Giovanini, Almeida Garret, Emerson José Moreira, Jaime Sequier, além da Av. Heitor Penteado e Rua Jorge Figueiredo Correa (próximo ao Lago do Café). O tráfego ficou impedido em várias direções.
O mesmo ocorreu na Avenida José Bonifácio Coutinho Nogueira, no trecho atrás do shopping e onde está localizado o Condomínio Galleria Boulevard, na Vila Madalena. A avenida ficou interditada com muitas árvores e postes derrubados, casas foram destelhadas e muitos carros danificados. No Galleria Shopping até o letreiro de identificação do empreendimento voou, bem como o totem ao lado do banco Itau, o letreiro do Mac Donalds e parte da identificação da Cobasi foram destruidos. As torres de telefonia que ficam numa construção mais alta também foram danificadas.
Cerca de 80 árvores caíram em toda a cidade. A Defesa Civil e o Cepagri da Unicamp estavam avaliando os danos e as causas do tornado. O total de chuva acumulado nos três primeiros dias do mês de junho, na estação meteorológica da Unicamp, é de 73,2mm, o que representa mais de 2 vezes o valor da média esperada para o mês que é de 35,4mm. Chuvas acompanhadas de temporais são esperados na cidade até a próxima terça.
Moradores em pânico
Por volta da meia noite de sábado um ecoar de trovões e relâmpagos anunciaram a tempestade rápida, mas devastadora. É o que conta atendente de portaria do Galleria Boulevard (um complexo com cinco condomínios na Vila Madalena), Roseli Toscano. Com a queda da energia elétrica, os moradores não puderam se comunicar com a portaria, enquanto o vento forte levava o telhado de três casas do condomínio 5, derrubou várias árvores – inclusive uma em frente a portaria - e danificou cerca de dez carros.
Dona Maria Julieta, moradora da Rua Fernão Lopes quase esquina com Almeida Garret (Taquaral) conta que viveu “uma noite de terror”. Ela ainda estava acordada quando ouviu as portas e janelas começarem a vibrar, em seguida a luz foi cortada e “ouvíamos coisas voando e batendo lá fora, sem entender o que estava acontecendo”. Pela manhã, descobriu que o telhado de metal de uma loja da outra esquina estava no seu quintal, dentro da piscina.
Natália Sarci, moradora do Residencial dos Pinheiros, na Rua Fernão Lopes, também no Taquaral, ainda não havia se refeito do susto até o meio dia de domingo. O vento derrubou dois muros – no fundo e na lateral – da casa e destruiu parte do telhado. “Foi muito rápido, menos de 20 minutos de ventos e toda essa destruição”, diz. Desde o amanhecer ela tentava contato com a Defesa Civil mas não conseguia que a ligação se completasse.
Vizinhos da rua se ajudavam no recolhimento do entulho, no corte das árvores e aguardavam a CPFL para cuidar dos postes deitados no meio da rua. O condomínio ao lado, Place Residence, também foi afetado com a queda de árvores e todo o muro frontal.
Na Rua Fernão de Magalhães o estrago também era visível e o sr. Ariovaldo Garutti conta que cinco árvores do terreno vizinho caíram sobre seu muro, bloqueando a garagem e rompendo a tubulação de água. Ele tentou, durante toda a manhã, conseguir um prestador de serviço de jardinagem para retirar as árvores. “Liguei para mais de 15, e a resposta era a mesma: só daqui a uns dias, pois já estou ocupado numa rua próxima”.
TRÊS DIAS DEPOIS
O tempo ajudou um pouco mais os moradores da região do Taquaral que tiveram suas casas atingidas pelo Tornado da madrugada de domingo. Com o sol os trabalhos de recuperação dos estragos passaram a ser feitos de forma mais intensa especialmente as reformas de telhados. Mesmo com o tempo melhor ainda há ruas interditadas e transito confuso. Algumas escolas como a Farroupilha já retomaram as aulas.
O TRABALHO DO BOMBEIROS
Neste dias todos de acompanhamento da situação na região só vimos viatura do Corpo de Bombeiros auxiliando na remoção de alguns entraves em vias públicas. Hoje porém, no fim da tarde, uma viatura com três policiais bombeiros trabalhavam na remoção de um árvore caída sobre a cerca de grade da residência de número 736 da Rua Afrânio Peixoto (Foto acima e outras no álbum com link abaixo)
O trabalho chamou a atenção e decidimos fotografar, da rua, a ação. Ao perceber nossa presença com o equipamento fotográfico o sargento Jediel, responsável pela viatura no local, exclamou que se fossemos fotografar ele iria para o serviço. Indagado sobe por que o trabalho não poderia ser fotografado, respondeu apenas, novamente, que se fotografasse ele iria parar o serviço. Insistimos questionando sobre a proibição e perguntamos se havia alguma irregularidade no trabalho que estava sendo feito para não poder ser fotografado.
O proprietário da residência também se colocou contrário à reportagem no local, mas prefeiru não se identificar quando solicitado. Questionado por que ele tinha a atenção dos Bombeiros naquele momento quanto inúmeras outras residências em situação muito mais grave que a dele não tinham a mesma atenção, res pondeu dizendo que não era problema nosso.
Diante da polêmica decidimos comparecer a Cia de Bombeiros do Taquaral para conversar com o comandante sobre a proibição imposta pelo policial no local. O tenente Bruno, no comando naquele momento, ficou surpreso com a postura do bombeiro sobre proibir que a ação fosse fotografada e liberou a reportagem. Porém ele também não respondeu sobre critérios usados para selecionar as chamadas.
Novamente no local fotografamos ainda algumas tarefas dos bombeiros que logo resolveram dar uma demorada pausa.
Assim, não tivessem bombeiros e proprietário da residência, se antesposto ao trabalho da reportagem, jamais seria levantada a dúvida sobre a regularidade daquela ação.
Agora resta que a Corporação responda à população como deve proceder para ter a ajuda dos bomeiros nos casos de árvores caídas, neste momento, em função do tornado de domingo.
Por que o proprietário da residênca da Rua Afrânio Peixoto, 736, com uma árvore caída sobre a cerca de grade, teve preferência, por exemplo, sobre o proprietário da residência de número 171 da Rua Pereira Coutinho cuja casa estava praticamente condenada por uma imensa árvore do Lago doCafé e que continuava lá sem que ninguém fosse removê-la?
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