Quarta, 04 de Dezembro de 2024
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Crise na Enel? Crise para quem questiona o Sinergia

A entidade aponta a a precarização que afeta trabalhadores e a qualidade do atendimento à população

08/11/2024 às 18h30
Por: Gilberto Gonçalves
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Crise na Enel? Crise para quem questiona o Sinergia

 

Escrito por : Direção do Sinergia CUT8 de novembro de 2024

Não é de hoje que o Sinergia CUT questiona a precarização que afeta trabalhadores e a qualidade do atendimento à população. Enquanto isso, os lucros só aumentam

Empresa italiana que em 2018 arrematou a Eletropaulo, a Enel SP vem provocando uma crise energética sem precedentes na cidade de São Paulo e na região metropolitana, deixando milhões de residências e estabelecimentos comerciais às escuras toda vez que chove muito ou pouco.

Nesses seis anos, a empresa implantou uma política agressiva de cortes de pessoal, com demissões em massa que afetam diretamente o atendimento à população e impõem jornadas exaustivas a trabalhadores e trabalhadoras que continuam por lá. Um cenário sem luz no fim do túnel, resultado do processo de privatização desenfreada que começou nos anos 90.

Fato é que a Enel se tornou a líder de distribuição no Brasil nesse tempo. Mas os números são inquestionáveis e mostram que a Enel SP obteve um lucro operacional de R$ 3,4 bilhões em 2023 e de R$ 1,7 bilhão só no 1º semestre de 2024. Mais: entre 2018 e 2023, já são mais de R$ 13,6 bilhões de lucro operacional. Nesse período, a empresa pagou mais de R$ R$ 3,7 bilhões em dividendos, sendo R$ 2,1 bilhões de dividendos extraordinários.

A geração de caixa operacional (Ebtida), indicador da remuneração do capital, foi de R$ 4,3 bilhões em 2023, 167% superior ao nível de investimentos (Capex), de apenas R$ 1,6 bi. Essa parece ser a tônica da gestão da Enel SP, já que no período 2018 a 2024, a geração de caixa operacional foi de R$ 18,2 bilhões para um Capex de R$ 8,4 bi.

Tudo em nome do lucro, já que o número de trabalhadores do quadro próprio de pessoal da Enel SP, por sua vez, sofreu brusca redução. Eram 7,2 mil trabalhadores em 2018 e, em 2023, são apenas 3,8 mil. O quadro geral de trabalhadores, que inclui os terceirizados, passou de 22,6 mil em 2018 para somente 15,7 mil em 2023. A terceirização e a precarização do trabalho só aumenta, e o quadro da empresa, em 2023, totalizou 75% de terceirizados.

Do lado dos administradores e gestores, a vida vai muito bem. A alta administração da Enel SP recebeu uma remuneração de aproximadamente R$ 6 milhões/ano em 2023. Entre 2018 e 2023, foram mais de R$ 57,7 milhões.  Se considerarmos o grupo Enel Brasil, são mais de R$ 37,8 milhões em 2023 e R$ 132 bilhões entre 2018 e 2023.

E ainda falam em crise. Crise para quem?

Campinas, novembro de 2024.

Direção do Sinergia CUT

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