SAÚDE DE CAMPINAS NO ESGOTO
Com textos e imagens de Marta Fontenele e Yuri Faria.
Campinas corre o risco de uma endemia de tuberculose, doença infecciosa, até então erradicada no Brasil. Esse dado é varrido para debaixo do tapete pela gestão de Dario. Esta reportagem foi produzida a partir de denúncias de moradores de sub-habitações, os cortiços localizados no centro e escondidos na fantasiosa e irresponsável gestão de valorização da região central, uma grande manobra que esconde do povo as negociatas tramadas nos últimos 12 anos, tanto por Dario como por seu antecessor, por meio de desvios de dinheiro público para perdoar empreiteiros e financiar abertamente a especulação imobiliária.
Encontramos 12 famílias residindo num único imóvel, das quais nove pessoas estão diagnosticadas com tuberculose, incluindo um recém-nascido. Sem direito à escola, expostos à subnutrição e à fome, pagando aluguéis de R$ 800, essas pessoas são alvo de preconceito, e tentam sobreviver de pequenos bicos e separando reciclados. Esta é a Campinas que a gestão Dario Saadi, que gasta milhões em comunicação, não revela, mas que a curto prazo se torna a cidade que exclui e expulsa os pobres da vida social. O sucateamento da saúde vai além das filas de espera, da desumanização e da terceirização das UPAS, com o repasse de milhões para a Rede Mario Gatti.
Com um orçamento de R$ 11 bilhões (2024) e um PIB de R$ 72 bilhões (2021) Campinas é conhecida no Brasil por entregar casas de 15m² para população (Ocupação Mandela 2), um claro projeto antipovo que conspira para o mercado exploratório de aluguéis desproporcionais à baixa renda da maioria da população. O prefeito desviou R$ 101 milhões da Educação para comprar imóveis abandonados a serviço da especulação imobiliária.
A Assessoria de Imprensa da Prefeitura informou desconhecer quem poderia responder pela situação dos moradores dos cortiços e orientou para enviar um e-mail para futura resposta.
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