Mesmo com vendas em alta, ANFAVEA revê para baixo a projeção de produção, em função da queda das exportações e da alta nas importações 4 de julho de 2024 – Encerrada a primeira metade do ano, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), decidiu rever suas projeções para 2024, feitas no final do ano passado. A maior revisão foi nas exportações, que tinham expectativa de alta de 0,7%, mas agora têm projeção de recuo de 20,8%. Essa queda considerável nas exportações, somada à alta desenfreada nas importações, faz com que a produção deixe de crescer no mesmo ritmo do mercado interno. Assim, o crescimento da produção foi revisto para baixo, de 6,1% para 4,9%. Nos primeiros seis meses do ano, 165,3 mil autoveículos deixaram o país, uma queda de 28,3% sobre o mesmo período de 2023.
É o pior resultado desde 2009, excetuado 2020, auge da pandemia. A produção acumulada no primeiro semestre foi de 1,138 milhão de unidades, volume apenas 0,5% superior ao do ano passado. “Se os emplacamentos de importados e as exportações do 1º semestre de 2024 tivessem sido iguais aos volumes registrados no mesmo período de 2023, o aumento da produção seria de 11%, o que dá uma dimensão do desafio que precisamos enfrentar”, afirmou o Presidente da ANFAVEA, Márcio de Lima Leite. O setor de pesados tem motivos para festejar esta primeira etapa do ano. Caminhões fecharam o semestre com elevação de 36,5% na produção e 8% nas vendas, recuperando patamares normais já neste segundo ano de Proconve P8. Já os ônibus cresceram 53,8% em produção e caíram 21,8% em vendas. As feiras LatBus, em agosto, e Fenatran, em novembro, animam o setor e projetam um segundo semestre melhor em vendas, especialmente para ônibus.
Aumento desenfreado das importações No primeiro semestre o Brasil teve quase 200 mil emplacamentos de modelos importados, 38% a mais do que no mesmo período do ano passado. Dessas 54,1 unidades a mais, os autoveículos de origem chinesa representaram 78% do total, com alta de 449% sobre o 1º semestre de 2023. “Temos o Imposto de Importação mais baixo para modelos elétricos de origem chinesa no planeta, entre os países produtores, o que serve de atrativo para a importação acima de um saudável patamar de equilíbrio. Isso vem prejudicando nossa produção e ameaçando nossos investimentos e empregos.
Por isso a demanda urgente da elevação do Imposto de Importação para 35%, como ocorre com outros importados. E que seria um patamar relativamente baixo frente ao de outros mercados importantes”, explicou o Presidente da ANFAVEA. Lima Leite também atacou a proposta de incluir automóveis e comerciais leves no Imposto Seletivo, dentro da Reforma Tributária. “Os contribuintes brasileiros já pagam impostos além da conta e não faz sentido pagar mais caro por um ar mais poluído. O Imposto Seletivo foi concebido com o objetivo de reduzir o consumo de produtos considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente. Ao adotar a medida, iremos na contramão, dificultando o acesso a modelos menos poluentes e mais seguros, e retardando de forma temerária e renovação da frota nacional.”
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